ANESTESIA
LOCAL
Anestesia= Condição
de ter a sensibilidade (incluindo a dor), bloqueada ou temporariamente
removida.
Anestesia local =
Perda de sensibilidade em uma área do corpo, causada pela depressão da
excitação das terminações nervosas ou pela inibição do processo de condução nos
nervos periféricos.
Determina
a perda da sensibilidade e não induz a perda de consciência
è Métodos para induzir a AL.
·
Trauma Mecânico
·
Hipotermia
·
Anoxia
·
Irritamento Químico
·
Agentes Químicos
Propriedades
ideais dos AL
·
Não deve irritar o tecido local aplicado
·
Não deve alterar permanentemente a estrutura
do nervo (forma, conteúdo)
·
Baixa toxicidade sistêmica (Não deve ser
toxico)
·
Eficácia em tecidos ou mucosas.
·
Tempo de indução (latência) menor possível
(tempo para fazer o efeito)
·
Duração de ação adequada
Outras
propriedades
·
Deve ter potencia suficiente para a anestesia
completa
·
Inócuo em relação às reações alérgicas
·
Estável em solução e sofrer biotransformação
rápida no organismo
·
Capaz de ser esterilizável pelo calor, sem degradação.
v Mecanismo de ação
Os
AL impedem a geração e a condução de um impulso nervoso, ou seja, executam um
bloqueio químico entre a origem do impulso, (ex. incisão do tecido) e o
cérebro. Assim chega ao cérebro e não e interpretado como dor.
v Despolarização
A
excitação de um segmento do nervo determina o aumento na permeabilidade da
membrana celular aos íons.
O
rápido influxo de íons sódio na++ no neurônio determina a despolarização da
membrana nervosa do nível de repouso até seu limiar de ativação
A exposição
do nervo a um AL eleva seu limiar de descarga
v Repolarização
O
potencial de ação termina quando a membrana se repolariza, que é causada pela inativação
da maior permeabilidade do sódio.
v Ação no processo de excitação
·
Alterando o potencial de repouso básico da
membrana plasmática
·
Alterando o potencial limiar (nível de
ativação) (limiar que desencadeia a dor)
·
Diminuindo a velocidade de despolarização
·
Prolongando a velocidade de repolarização
*Processo
mais complexo que o ditado no mesmo texto, mas as coisas principais estão ditadas.
v Teoria de receptores específicos
·
Propõem que os AL se liguem a receptores
específicos no canal de sódio.
·
Ação é direta e não mediada por alguma
alteração nas propriedades gerais da membrana celular
·
Depois que os AL chegam aos receptores, a
permeabilidade aos íons sódio diminui ou é absorvida, fazendo um bloqueio da
entrada de sódio e a condução nervosa é interrompida.
RESUMO DO MECANISMO DE AÇÃO:
1. O
deslocamento dos íons cálcio do receptor do canal de sódio, o que permite...
2. A
ligação da molécula do AL na forma ao ionizada a esse receptor, o que
determina...
3. O
bloqueio do canal de sódio e...
4. A
redução na condutância do sódio, o que leva...
5. A
ocorrência da depressão na velocidade da despolarização e a...
6. Não
obtenção do nível do potencial limiar, o que leva ao bloqueio da condução.
v Farmacologia dos AL
Os
AL tem 2 propriedades= Lipofílica, hidrofílica
2
grupos de anestésicos= De ligação Ester, de ligação Amina.
v Características dos AL
·
São base fracas e pouco solúveis em h2o e
instáveis quando expostos ao ar.
· Para o uso clinico é indicado ao acido
clorídrico, formado um sal, o cloridrato (função do acido com a base).
· Na forma de cloridrato tem pH acido variando
de 5,5 (sem vasoconstritor) a 3.3 (com vasoconstritor)
v Configuração química
·
A parte hidrófila é um aminoderivado do
álcool etílico ou do ácido acético. Os anestésicos locais sem parte hidrófila
não são adequados para injeção, mas são bonsanestésicos tópicos (benzocaína). A
parte hidrófila que permite que os anestésicos sejam adequados para injeção.
·
Porção lipofílica: Que permite a sua difusão
através da bainha nervosa
·
Cadeia intermediaria: Une as duas porções e
de acordo com a sua estrutura química, permite classifica-lo em ésteres ou
aminas.
v Grupo Ésteres
·
Primeiros AL a serem sintetizados.
· Espécies: Cocaína, procaína, cloroprocaina,
tetracaína, benzocaina (única utilizada na odontologia como AL tópico na forma
de pomada e gel)
·
Os AL tópicos dos Estes tem maior toxicidade alergenicidade.
v Grupo Amida
·
Menor capacidade de produzir alergia
·
Grupo: lidocaína, bupivacaína, prilocaína,
articaina, bupivacaina, ropivacaína, etidocaína.
o
Lidocaína
·
Padrão do grupo
·
Promove rápida eliminação do local da injeção
devido a sua ação vasodilatadora. Duração da anestesia pulpar limitado a apenas
5-10 minutos. (USO SEM O VASOCONSTRITOR, assim reduzindo o tempo de trabalho)
·
Quando associada a um vasoconstrictor (faz
vasoconstrição, reduz a luz do vaso) duração da anestesia pulpar: 40 – 60 minutos.
·
Em tecidos moles: 120 – 150 minutos (Pois a
penetração é mais rápida)
·
Metabolismo hepático e expressão renal (como
maioria dos anestésicos locais)
·
Meia vida 1,6 horas (relativamente curta)
·
Inicio de ação 2,6 a 4 minutos
·
Toxicidade: 5,5 ug/ml no SNC e 7,5 ug/ml no
sistema cardiovascular
·
Superdosagem promove a estimulação inicial do
SNC, segundo de depressão, convulsão e coma.
·
Uso também topico
o
Mepivacaína
·
Potencial similar a lidocaína
·
Inicio de ação 1,5 a 2 minutos
·
Discreta ação vasodilatadora
·
Indicada para pacientes que não pode
usar vasoconstritor.
·
Na forma pura na concentração de 3% promove
ação mais duradoras que a lidocaína.
·
Metabolização Hepática e Renal
·
Meia vida plasmática 1,9 horas
·
Toxicidade semelhante à lidocaína.
o
Prilocaína
·
Potencial similar a lidocaína
·
Inicio de ação 2 a 4 minutos
·
Baixo vasodilatadora
·
Metabolização no fígado e pulmões, eliminação
renal.
·
Meia vida plasmática 1,6 horas
·
Menos toxicidade que à lidocaína.
·
Sobredosagem produz aumento dos níveis de metemoglobina
no sangue.
· Cuidado nos pacientes com anemia, deficiência
respiratória ou com alterações cardiovascular, POIS A METABOLIZAÇÃO É NO
PULMÕES.
o
Articaína
·
Possui rápido inicio de ação, entre 1 – 2
minutos.
·
Potencia 1,5 vezes maior que a lidocaína.
·
Baixa lipossolubilidade (dificuldade de
atravessar a barreira lipídica) e alta taxa de ligação proteica.
·
Metabolização no fígado e plasma.
·
Meia vida de 40 minutos, eliminação renal.
Eliminação rápida!
·
Uso associado à parestesias (Parestesias são
sensações cutâneas subjetivas (ex., frio, calor, pressão...)) em técnicas de
bloqueio, provavelmente devido a sua concentração de 4 %.
·
Toxicidade semelhante a da lidocaína.
o
Bupivacaina
·
Potencia 4x maior que a lidocaína.
·
Cardiotoxicidade 4x maior que a lidocaína.
·
Utilizada na concentração de 0,5%
·
Ação vasodilatadora superior em relação à lidocaína,
mepivacaína e prilocaína. (Sempre tem que ser associada com o vasoconstritor)
·
Se associada à epinefrina (adrenalina) na
técnica de bloqueio do NAI, tempo de latência (começar o efeito) de 10-16
minutos na região de molares e pré-molares.
·
Longa duração: anestesia pulpar de 4h e até
12h de tecidos moles
·
Uso em pós-operatório,
pois a duração é maior.
·
Meia-vida de 2,7h cardiovicidade.
·
Não recomendo a paciente menor de 12
anos, risco de morder o lábio e não sentir dores em longo período.
o
Benzocaína
(Grupo Ester)
·
Único do grupo disponível no Brasil
·
Uso tópico
·
Reações alérgicas maiores do que do
grupo das amidas.
·
Na concentração de 20% após 2 minutos de
aplicação promove anestesia da mucosa superficial, reduzindo ou eliminando a
dor, a punção da agulha.
v Vasoconstrictores (VC)
·
Seu uso promove a redução da absorção dos AL
para a corrente circulatória com a redução da toxicidade sistêmica.
·
Produz interação farmacológica desejável,
pois o sal anestésico fica mais tempo em contato com as fibras nervosas, prolongando
o efeito da anestesia.
·
Promove redução do calibre dos vasos sanguíneos
(isquemia) = menor sangramento
è Classificação:
·
Animas simpaticomiméticas e felipressinas
·
As aminas podem ser catecolaminas ou não
catecolaminas
·
Catecolaminas: Epinefrina, norepinefrina e
corbadrina.
·
Não – catecolaminas: fenilefrina
o
Epinefrina
·
Mais usado.
·
Quase a totalidade dos procedimentos
(pacientes saudáveis em qualquer idade)
·
Promove a constrição dos vasos das redes anterior
e venosa da área infetada por meio de estimulação dos receptores alfa.
·
Dependendo do volume e da concentração, atua
nos receptores beta no coração, aumentando a frequência cardíaca, a força de
concentração e o consumo de oxigênio no miocárdio. Podendo levar infarto.
·
Concentração: 1:50000, 1:100000 e 1:200000
·
É eficaz na redução da perda de sangue
·
Padrão 1:100000
·
Na concentração de 1:50000 pode produzir
isquemia intensa, como consequente vasodilatação, rebote (efeito rebote: depois de cessada e vasoconstrição.
o
Norepinefrina
·
Atua nos receptores beta (10%) e alfa (90%)
·
Possui 25% da potencia da epinefrina
·
Reações adversas: cefaleia, necrose celular
etc...
·
Não tem vantagens sobre a epinefrina.
·
Usada cada vez menos
o
Fenilefrina
·
Atua no alfa (95%)
·
5% da potência da epinefrina na concentração
de 1:2500 podendo promover duração mais longa.
·
Não tem vantagens sobre a epinefrina
·
Efeitos adversos + duradoros.
o
Felipressina
·
Análogo sintético da vasopressina (hormônio antidiurético)
·
No brasil é associada com sal anestésico prilocaina.
·
Não tem vantagem sobre a epinefrina.
·
Age nos receptores v1 da vasopressina
presentes no músculo liso da parede dos vasos sanguíneos
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